December 19, 2003 at 5:29 am
A história da Universidade de Brasília precisa ser contada no plural. Encontram-se em suas formas arrojadas as aspirações de políticos e intelectuais encantados com o Brasil do futuro. A UnB, no coração do Brasil, ventilaria os ideais de renovação no pensamento para o país inteiro. Como fruto de uma utopia, a unb terá que conviver com as oscilações de seu projeto fundador.
Geralda Dias Aparecida
” Queríamos trabalhar para a Nação, ser capazes de pensar e elaborar o saber brasileiro e contribuir para a formulação do nosso projeto de Nação. Mas para isso seria preciso haver liberdade de assumirmos riscos, cometermos erros na busca de nosso caminho. A UnB tinha que ser uma universidade de homens livres,e, a partir do momento em que não houve mais liberdade no Brasil, aquele sonho foi abaixo, e a UnB foi transformada em seu oposto, uma velha universidade, que reproduz os privilégios e as classes dirigentes de um país colonizado e dependente, existindo para outros povos que não o seu próprio.”
Darcy Ribeiro. Conferência realizada em Brasília em 1978. Fragmentos reproduzidos no Boletim da Associação de Docente da UnB, número 3, nov. 1978.
” No ano findo mereceu inusitada repercussão um problema interno da UnB- a suspensão de 16 alunos. Desde junho de 1969 até maio de 1976 a UnB não conhecia qualquer problema de ordem disciplinar e nesses sete anos foi possível construir a Universidade de Brasília, que até então só existia no papel ou na fantasia de alguns.”
José Carlos Azevedo. Apresentação do Relatório de Atividades da UnB de 1977, UnB, vol.1, 1978.
Introdução
O Início da Construção
A UnB em Projeto
UnB: um Foco de “Subversão”
A Construção Interditada
Das “11 Conclusões” `A Institucionalização
Ordenamento e Administração
Crise e Disciplinarização
Tudo bem na UnB?
Introdução
Na história da UnB sobressaem duas imagens que marcam profundamente a sua individualidade. Uma, a de sua origem, alimentada pela idéia da “universidade necessária” e a outra que procura encarnar sua existência como “universidade construída”. Estas imagens pertencem aos dois primeiros momentos de sua contribuição e correspondem a projetos diferentes quanto à concepção, organização e gestão de uma instituição universitária. Ambas mantêm como referência o fato da emergência da UnB no início da década de sessenta, como portadora da idéia de renovação dentro do quadro universitário brasileiro.
O projeto da UnB surgiu em contraposição ao modelo tradicional de universidade criado nos anos trinta no Brasil, modelo que estava sendo questionado por setores das próprias instituições de ensino e pesquisa e por aqueles que pensavam em uma universidade voltada para as transformações que requeria a sociedade brasileira naquele momento. Na concepção de seus criadores, deveria ser uma universidade que, junto ao humanismo, à livre criação cultural, fosse integrada à ciência e à tecnologia modernas. No conjunto, seriam modificados os padrões de conhecimento presentes no ensino superior brasileiro.
Este projeto apresentava como um dos requisitos para seu êxito o funcionamento de uma sociedade democrática, onde a liberdade fosse exercida sem constrangimentos. Propunha-se uma instituição autônoma que pudesse definir seus próprios rumos, integrada, no entanto, à sociedade que a amparava. Logo no início de sua aplicação, mudaram as condições políticas do país, que não permitiram seu pleno desenvolvimento. Os primeiros construtores traziam muitas certezas e esperanças, que refletiram em sua ação inicial. Logicamente estas certezas e esperanças não foram perdidas ao longo do tempo, mas os novos atores que possibilitaram a sua constituição contaram com outros fatores não previstos pelos seus idealizadores. Após dois anos de funcionamento, o regime militar foi instaurado no país e este formulou um modelo político diferente, no qual a UnB seria integrada de forma traumática.
A identificação com o “novo” continuou como parte de seu universo ideológico, mas, ao longo de sua experiência, outros elementos foram agregados à sua constituição, entre eles, a luta política para manter fidelidade aos princípios iniciais e isso marcou sua imagem e identidade no conjunto das universidades brasileiras. Nesses trinta anos formaram-se várias gerações de estudantes, seu corpo docente e o técnico-administrativo sofreram uma grande variação e permaneceu uma estrutura acadêmica um tanto desfigurada em relação à proposta inicial.
O projeto inicial tentou resistir nos seis primeiros anos de sua implantação, mas terminou por ser esvaziado em seu conteúdo ao ser eliminado o primeiro grupo de professores comprometidos com suas idéias e a formulação de outras diretrizes para seu funcionamento. A partir de 1970 até 1985 foi implementado um modelo acadêmico que, para sua execução, teve como requisito a criação de mecanismos que pudessem disciplinar e controlar sua aplicação, em consonância ao projeto político levado a cabo pelo regime militar.
Estas formas de controle de sua aplicação começaram a ser combatidas após seis anos de plena expansão do modelo implantado, mas resistiram até 1985 quando a abertura democrática no país permitiu o seu redirecionamento. Vale ressaltar que ainda não foi feita uma avaliação mais profunda do conteúdo do trabalho acadêmico desenvolvido durante sua trajetória, apesar de a UnB ser objeto de inúmeros trabalhos consubstanciados em relatórios, artigos e teses acadêmicas. À primeira vista, a sua história espelha um estado crônico de crises que dificulta a apreensão de outras dimensões de seu trabalho. Os campos político e ideológico são aqueles que têm alimentado polêmicas e criado imagens por parte daqueles que estiveram ou continuam envolvidos direta e indiretamente no curso de sua história.
A UnB, depois de trinta anos, já não é a única portadora de novas mensagens, como apareceu no início dos anos sessenta, mas esse momento continua como referencial quando se trata de procurar sua identificação no quadro universitário brasileiro. As opiniões sobre o seu papel nestas três décadas são variadas e apresentam imagens fragmentárias, dependendo da experiência de seus atores, nas diferentes etapas em que participaram de sua construção. Procuramos reunir aqui alguns aspectos de sua dimensão política de seus dois momentos constituitivos de 1962 a 1985.
By: Mark9 - 20th December 2003 at 05:13
:confused: :confused: Anna;)
By: F-18 Hamburger - 20th December 2003 at 02:03
this was aimed to the Portugeuse speakers of the forum, sorry if you’re not literate in Portugeuse :rolleyes:
By: Mark9 - 19th December 2003 at 18:38
😀 😀 😉 Anna:D
By: Flood - 19th December 2003 at 16:05
What a waste of web space. He could have posted another burger picture or two and still have annoyed us. Oh well.
Flood.
By: Mark9 - 19th December 2003 at 14:22
Men in white coats needed ASAP:rolleyes: :rolleyes: Anna:D
By: Nermal - 19th December 2003 at 14:20
Hope this doesn’t start a trend…:rolleyes: (yawn)… – Nermal
By: Arthur - 19th December 2003 at 09:29
If you want attention, just ask!